Então tomarás o óleo da unção e, derramando-lhe sobre a cabeça, o ungirás. ÊXODO 29:7 O texto nos mostra o processo de unção do primeiro sacerdote da Tribo de Israel – Arão e seus filhos. A instituição da unção é um costume antigo, adotado, inicialmente pelo povo semita, notadamente os Hebreus. A unção na cabeça reporta-se a ligação do poder terreno ao poder de Deus. A tradição se estendeu até o mundo contemporâneo onde ainda hoje Reis e Rainhas são ungidos a exemplo de Davi.
O aspecto teológico da unção configura-se na comunhão com Deus, através do Espírito Santo e não está intimamente ligada a ação física de ter a cabeça molhada com óleo, mas serve-se metaforicamente desta figura para representar a sabedoria natural concedida por Deus. O que justifica encontrarmos irmãos entre o povo mais humilde e sem dotes intelectuais usando a palavra de Deus com uma sabedoria incomparável. E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei. I JOÃO 2:27 Isto quer dizer que a unção é algo duradouro e que permanecerá enquanto perdurar a estreita relação com Deus.
Muita gente confunde a emoção com a unção. O ser humano pode se emocionar diante de uma bela música, de uma frase como também diante de uma homilia. Às vezes as palavras tocam o fundo da alma do indivíduo e ele pode ter reações de alegria, tristeza, euforia, riso e tantas outras reações, inclusive de profetizar. Este último às vezes é levado à banalidade. Um augúrio, um desejo, uma vontade não pode ser confundido com uma profecia. Não basta dizer “tome posse meu irmão que isto vai acontecer com você”. Isto pode ser um desejo do fundo do coração, mas para ser uma profecia é preciso que haja autoridade de Deus para isso. E o que é a emoção senão um estado temporário, marcado por modificações fisiológicas, de reação desencadeada por um acontecimento ou situação imprevista nem sempre consciente? Nem sempre consciente é bom lembrar. Uma pessoa pode se emocionar num sepultamento e simplesmente rir ao invés de chorar. Isto é emoção. Durante muito tempo de minha vida eu me emocionei quando ouvia a música “Lamento de Israel”. Era como se eu me transportasse para aquela situação do Povo de Deus cativo na Babilônia. Mas eu também me emociono com “Va', pensiero, sull'ali dorate”, do Canto dos Hebreus, da òpera Nabucco de Verdi. Mas a emoção é algo efêmero, que passa a medida em que o cenário mude e outros acontecimentos venham. Diferentemente a Unção é um dom que se recebe de Deus até que se deseje. E isto faz diferença a medida em que a palavra de Deus é levada a público. O ungido tem as palavras na “ponta da língua”, não precisa fazer muitos estudos, sua oração é de uma sublimidade que alcança uma esfera sobrenatural.
Mesmo assim há pessoas que mesmo que se despeje um litro de óleo em sua cabeça jamais estará ungido. Isto porque a unção não é só uma ação externa, porém interna do próprio espírito do homem que se avizinha do Espírito de Deus. É um desejo pessoal de se entregar, da mesma forma como Cristo se entregou e morreu numa Cruz. Uma pessoa ungida é alguém separado por Deus para uma tarefa que só o Pai Eterno conhece. Quando alguém se mantém ungido, se mantém santo. E a santidade vai de encontro a todo o desejo terreno. É viver pelo Espírito Santo de Deus. Isto é a unção tão desejada por muitos, sobretudo os que se confundem e confundem os outros com a emoção. É melhor ter cautela com pulos e gritos, com choros e risos, que nem sempre são da parte do Senhor Nosso Deus.
A melhor forma de buscar Deus é na oração perseverante, humilde e confidente para com o Pai que tudo vê. É abrir o coração e derramar suas faltas, e prostrado, rogar o perdão para depois buscar a graça diante de Deus. É o exercício piedoso da fé na Palavra de Deus que volta em forma de unção. É o compromisso com Jesus Cristo, Filho de Deus e no seu Santo Espírito que nos renova. Amém!
ESTUDO ESCLARECEDOR
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